Dieta



Lambo os dedos que escorrem o molho da carne tenra e suculenta grelhada na brasa. Para levarmos a sério a dieta paleolítica e interiorizarmos os seus conceitos devemos comer como os nossos antepassados, com as mãos. A única diferença é não termos sido nós a caçar o animal, felizmente em 2018 há locais que, a troco de mais ou menos dinheiro, nos fornecem a carne que necessitamos e desejamos. É claro que muita da mística paleolítica é perdida neste processo. Perde-se o esforço da caçada, perde-se um animal robusto, alimentado na floresta, perde-se a alegria da vitória, perde-se o orgulho de em grupo conseguir sustento para várias famílias. Ganhou-se o conforto das casas, no entanto perdeu-se a liberdade de adormecer à luz do céu estrelado.

Uma colorida salada vegetariana acompanha a carne. O verde da alface, da rúcula, das folhas de agrião bebé, dos coentros, do manjericão e dos orégãos é pontuado pelas finas tiras brancas da cebola e pelos cubinhos de tomate vermelho e enriquecido pelos tons terra das passas, pinhões e nozes. O tempero envolve todos os elementos, apurando-lhes o sabor. A salada é servida numa bonita taça cerâmica e são utilizados utensílios para a comer. Apesar de possível, não é prático comer a salada com as mãos, afinal evoluímos para o neolítico.

Para acompanhar a refeição um bom vinho tinto, detox! Tenho consciência do valor antioxidante do vinho e das suas propriedades e substâncias anti envelhecimento, como os polifenóis, flavonóides e não-flavonóides, o resveratrol e a quercetina, por isso faço questão de incluir uma porção deste alimento maravilhoso, de cor sedutora e delicado ao paladar, na minha refeição supersaudável.  

Finalmente, para terminar o repasto, uma sobremesa vegan: a tradicional maçã assada com vinho do porto e canela! Huumm, a casca estaladiça envolvendo a polpa cremosa embebida no vinho doce, aromatizado pela canela…dos deuses!

Terminada a refeição sinto-me maravilhosa e orgulhosa. Saciei a fome e satisfiz o paladar, estava tudo delicioso. Comi com prazer, como sempre, mas de consciência tranquila, afinal consegui, numa só refeição, conciliar a dieta paleolítica, vegetariana, vegan e até detox!


Ups, esqueci-me de mencionar que, pelo meio da refeição, debiquei uma ou outra batata frita, cheia de óleo e sal, daquelas que vão diretamente do supermercado para a mesa, ainda na sua embalagem original, de plástico, que responsavelmente irei levar para o ecoponto amarelo… modernices do homo sapiens! 

1 comentário:

  1. Ups!!! Estava tudo a correr tão bem e tinha que vir a “lei do croquete”! eheheh
    Aviso que para a próxima a mesa é para 8!!! Eheheh

    ResponderEliminar

Chá, café...ou um copo de vinho tinto

  Ouvi o silvo da chaleira ao lume, a água fervia, o chá ficaria pronto num instante… Mas não tenho por costume fazer chá, nem oferecer ch...