Há um ano aceitei o desafio de
escrever semanalmente um texto, sem tema pré-definido, para ser publicado de
início num jornal digital e agora apenas no blogue que entretanto e para esse
efeito criei. Foi com receio e com alguma insegurança, mas com muito entusiasmo,
que aceitei o desafio. Desde as redações dos tempos de escola e dos trabalhos
escritos na faculdade, não escrevia um texto para ser lido por terceiros e,
nessa altura, apenas um número muito limitado de pessoas tinha acesso a esses
trabalhos e redações. É certo que o resultado do meu trabalho profissional é
concluído em forma de textos, mas são informações técnicas que nada devem à
imaginação nem apelam à criatividade.
Semana após semana, os textos
foram surgindo sempre, uns mais inspirados, outros mais divertidos, outros
ainda mais sentimentais, mas o certo é que consegui ter todas as semanas um
texto publicado, abordando temas que de início jamais imaginaria vir a tratar,
expondo alguns dos meus sentimentos. Neste ano em que escrevi para mim, porque
o gozo de escrever é imenso, e para os outros, sinto que muito se alterou em
mim, estou melhor agora! Não quero cair no lugar-comum de dizer que me tornei uma
pessoa melhor, que cresci, que aprendi, etc., sou a mesma pessoa, nem melhor
nem pior. Efetivamente neste ano aprendi e continuo a aprender muito, mas
essencialmente estou diferente no meu relacionamento comigo e com os outros.
Sou hoje uma pessoa muito mais confiante e muito mais segura do que era há um ano.
Essa mudança só aconteceu porque
alguém maravilhoso viu em mim o que eu ainda não tinha visto. Alguém tão bom
que consegue ver o melhor dos outros, mas para além de ver, alguém com a
iniciativa e com a capacidade de nos estimular a explorar e a dar esse melhor.
Neste momento estou plenamente consciente do privilégio que tenho em ter como
amiga alguém que oferece uma caneta e diz “escreve!”, que oferece um tela e diz
“pinta!”, que oferece a página de um livro e diz “desenha!”, e nós escrevemos,
pintamos, desenhamos porque é impossível resistir-lhe! A sua paixão pela vida,
a sua criatividade, a sua capacidade de amar, de se dar, de trabalhar, de
criar, de explorar, de mudar, de inovar, transborda e contagia-nos numa alegria
e vontade de fazer, de construir…de nos reconstruirmos!
Para além da pessoa que de início
me empurrou para o abismo do desconhecido e me fez voar, daqueles que ao longo
deste ano leram os meus textos e me incentivaram a continuar, há uma outra
pessoa fundamental neste processo. Alguém com o conhecimento e com a vontade de
me ensinar mas também de aprender. Alguém com a frontalidade e a segurança de
dizer “está mal, faz diferente!”. Alguém a quem a familiaridade não tolda o
sentido de crítica nem diminui a imparcialidade. Alguém que corrige, que
incentiva e que orienta para que o voo se mantenha, num suave planar ao sabor
da doce brisa da imaginação.
É uma satisfação enorme chegar a
este ponto, olhar para trás, e sentir que consegui! E quando o saldo é claramente
positivo o passo seguinte é agradecer e continuar, porque a recompensa é o
prazer imenso que a escrita me dá. Obrigada!
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